Prefeito Eduardo Paes permite construção de arranha-céu na Lapa


No processo de revitalização do Centro do Rio, que é fundamental para a cidade, um projeto está causando polêmica: a possível construção de um prédio de mais de 40 andares perto dos Arcos da Lapa.
Em uma área de muitos casarões antigos e, ao mesmo tempo, perto de alguns prédios modernos, a Eletrobrás planeja erguer um arranha-céu. O prédio seria construído em terrenos vizinhos aos Arcos da Lapa, que, hoje, são ocupados por estacionamentos.

Especialistas em urbanismo e patrimônio cultural receiam que o projeto possa descaracterizar a região, além de prejudicar a visão do monumento histórico. O espigão ficaria a 200 metros dos arcos, próximo ao centro boêmio da Lapa e à Catedral Metropolitana. Teria 44 andares e mais de 130 metros de altura.

Para tornar a obra possível, no fim de 2009 a prefeitura enviou à Câmara de Vereadores propostas de mudanças na legislação urbanística do Corredor Cultural do Centro. O projeto foi aprovado e a lei sancionada pelo prefeito Eduardo Paes, na semana passada.

O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado do Rio de Janeiro (Crea-RJ) criticou a falta de audiências públicas na câmara antes da aprovação.

“Poucas pessoas conhecem o projeto. E há também uma caracterização de que o Corredor Cultural do Centro fica vulnerável a outras atividades do mesmo porte”, criticou o presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro.

Segundo o secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, não houve necessidades de audiências públicas porque órgãos das três esferas de governo foram favoráveis ao empreendimento.

“É um terreno vazio. Uma construção desse tipo vai gerar um equilíbrio e uma valorização econômica das atividades da Lapa e do Centro da cidade do Rio”, afirmou Dias.

Ainda segundo o secretário, em contrapartida a Eletrobrás terá que investir em benfeitorias na região, como a recuperação dos Arcos da Lapa. A Eletrobrás afirmou que ainda está em negociações para a compra dos terrenos e não há previsão de quando as obras devem começar.

Segundo a assessoria da Câmara de Vereadores, como o projeto era da prefeitura, a realização de audiências públicas não era obrigatória.

O Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) criou uma comissão para analisar o caso. O parecer deve ser apresentado em 15 dias.

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