IMÓVEIS SERÃO DESAPROPRIADOS PARA CONSTRUÇÃO DE VIADUTO LIGANDO LINHA AMARELA AO ENGENHÃO

A prefeitura vai desapropriar cerca de cem imóveis para a construção de um viaduto de acesso da Linha Amarela ao Estádio Olímpico João Havelange, no Engenho de Dentro. Quatro vias no entorno do Engenhão (ruas da Abolição, José dos Reis, das Oficinas e Teixeira de Azevedo) serão atingidas. A obra faz parte do pacote de intervenções do município para os Jogos Olímpicos de 2016.
Hoje, o acesso ao Engenhão, que será sede das provas de atletismo das Olimpíadas, é feito por ruas muito estreitas, dificultando o deslocamento do público. Em grandes eventos no estádio, a CET-Rio precisa montar esquemas especiais de tráfego, proibindo o estacionamento na área. Em 2003, a prefeitura chegou a anunciar a construção do novo acesso para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Mas o projeto não saiu do papel por falta de recursos. As obras e as desapropriações têm um custo estimado em R$ 28,1 milhões.
A Secretaria municipal de Obras informou que a concessionária Lamsa, da Linha Amarela, arcará com as despesas das obras e das desapropriações. A iniciativa faz parte de uma série de investimentos, no valor de R$ 241,5 milhões, que a concessionária se comprometeu a fazer para ter seu contrato de concessão prorrogado por mais 15 anos (de 25 para 40). A lista inclui ainda serviços de drenagem e alargamento da Avenida Ayrton Senna (sentido Linha Amarela), além da instalação de barreiras acústicas na via expressa.
A desapropriação será o primeiro passo do projeto. Pelo cronograma da prefeitura, o viaduto deve começar a ser construído em maio de 2011, sendo concluído em um ano. Os serviços coincidirão com um período de intenso uso do Engenhão, pois o Maracanã estará fechado para as obras de adaptação necessárias para a Copa do Mundo de 2014.
A relação de imóveis a serem desapropriados inclui dezenas de residências, uma lan house, um bar, um clube e uma loja de reparos de ar-condicionado de veículos. Nesta terça-feira, moradores e comerciantes se disseram surpresos.
- Eu e meu marido acabamos de investir R$ 4 mil em obras para melhorar a casa. Gostamos do bairro. Se tivermos que sair, queremos receber uma indenização justa – reclamou Danúzia de Oliveira Lopes, de 28 anos, que mora numa casa na Rua da Abolição que será desapropriada.
A Associação dos Moradores do Entorno do Engenhão convocou uma reunião para discutir as desapropriações na noite desta quinta-feira. O encontro será num clube também a ser demolido.
- Queremos que a população seja ouvida e que não haja injustiças. Quando o Engenhão foi construído, famílias que viviam nos imóveis desapropriados ficaram sem ter onde morar porque não tinham direito a indenização – disse Maria Jacarandá, diretora da associação de moradores.
Fonte: Jornal O Globo

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